TUMBLR

 

 

 

Quero conversar com ela. 
Contar que eu fico olhando suas fotos a meses e esperar que ela não me considere uma psicopata. 
Quero estranhar o sotaque dela enquanto ela ri do meu. 
Vou lembrar do dia que ela me viu na rua e fingiu que não e o meu coração disparou. Quero marcar idas ao shopping que nunca vamos fazer. 
Quero jogar taco na rua e sentir o perfume dela prevalecer sobre o cheiro de suor. Quero perguntar qual vai ser a próxima cor de cabelo e sentir as unhas dela acariciando minha pele devagar enquanto arruma coragem pra levantar. 
Quero admirar aqueles olhos entediados por detrás dos óculos e me surpreender com um sorriso espontâneo.
Quero amar ela com toda a intensidade que eu amo.
Mas de forma real. 
De dentro, pra fora.

 

Ele seguiu afastando os galhos, a luz de sua lanterna piscando entre as folhas molhadas. Pôde escutar a água antes de vê-la, iluminada pela luz da lua cheia. Aquele era o dia mais propício - os dados de todas as suas pesquisas apontavam para ele - e ele sabia que finalmente teria sucesso. Quando conseguiu chegar à lagoa, e a viu - seus dentes pontiagudos atrás dos lábios abertos e carnudos; os cabelos escuros e ondulados; os seios pontudos em seu corpo gelado e escorregadio, sensualmente misturando as tonalidades verdes da calda e morena do tronco; os grandes e belos olhos amarelos, - percebeu que não voltaria vivo para sua aldeia naquele ou em qualquer outro dia: seus dados estavam certos.

 

Muito hesitantemente, a menina girou a chave da porta - prendendo a respiração, - mas quando olhou pela fresta, não viu nada. Confusa, abriu mais a porta e colocou parte do corpo para dentro, e então entrou completamente na sala. A madeira velha e cinza que faziam o teto, piso e paredes do lugar, era a única coisa que existia ali além da janela velha, mas quando estava pronta para voltar, a porta se fechou às suas costas e ela ouviu a chave girar novamente.

 

Nós não temos luzes ou escuridão, somos apenas o que somos - sem cores. Mas no mundo, existem muitos pintores amadores.

A faca e o queijo

Naquele noite ele esteva em um dilema. Nunca havia acontecido antes das escolhes terem o mesmo peso, se falarmos em porcentagem. O jovem rapaz teria que escolher entre acabar com tudo ou permanecer como está. 
Como já escrito acima, tais escolhas nunca tiveram o mesmo “peso”. Tal igualdade gerou um paradoxo, duas linhas de tempo estavam coexistindo no mesmo espaço. Os dilemas foram separados. Assim cada um poderia seguir pelo seu caminho. 
O Suicida não pensou duas vezes, ele teria seu fim. Porque alguém iria perecer entre os dois, sendo sua única certeza. O Sensato lhe impediu, não queria que seu semelhante cometesse tal ato. Durante a luta, o Suicida era o única a manter sua arma em punho e, querendo ou não, passou seu destino ao Sensato. 
A morte de Sensato promoveu a troca de papéis entre os dilemas. Eles deixaram de coexistir. Nunca mais iriam disputar entre si. Vendo agora as consequências de seu ato, Suicida está preso em um mundo onde nunca quis viver. Não importa o quanto procure ou o quanto queira sair de lá. 
Pois a Morte é imparcial com todos. Ela não julga bens, idade, sexo ou sua cor da pele. Apenas garante o inevitável, e um dia esse “dia” chegará.

 

Complemento

Eu sou o céu, você as estrelas
Eu sou o universo, você os planetas

Você é o amor de uma garota que tinha medo de se apaixonar.